quarta-feira, 6 de maio de 2009

HPV: A doença que afeta cada vez mais os adolescentes

Por: Dra. Lygia Bevilaqua Reis

HPV é a sigla em inglês para Human Papiloma Vírus. Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. São classificados em de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Pode provocar a formação de verrugas na pele e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, entre outros), anal, genital e da uretra.

As lesões genitais podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malígnos, especialmente do câncer do colo do útero e do pênis. A transmissão se dá preferencialmente por via sexual. Esse vírus é transmitido pelo contato direto com a pele contaminada, mesmo quando essa não apresenta lesões visíveis.

A transmissão pode ocorrer por sexo oral. Há, ainda, contaminação por meio de objetos como toalha, roupas íntimas, vasos sanitários ou banheiros. Existe a possibilidade de transmissão da mãe para o feto.

Sintomas

Pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspectos de couve-flor na pele e mucosas. Se a alteração nos genitais for discreta, será percebida apenas através de exames específicos. Se forem mais graves, pode haver invasão para os tecidos vizinhos e formar um tumor maligno como o câncer do colo do útero e do pênis. Nem todo caso de infecção pelo HPV irá causar câncer.

Diagnóstico

As verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou em qualquer área da pele, podem ser diagnosticadas pelos exames urológicos (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele). Já o diagnóstico das lesões precursoras do câncer do colo do útero é feito através do exame citopatológico (exame preventivo Papanicolau), colpocitologia e mais sofisticados como hibridização in situ, PCR e captura híbrida.

O fato de ter mantido relação sexual com uma mulher infectada pelo Human Papiloma Vírus não significa que o homem tenha a infecção. É recomendado procurar o urologista que será capaz de identificar a presença ou não da infecção. O homem é transmissor do vírus, na maioria das vezes não manifesta a doença.

A ocorrência do HPV na gravidez não implica necessariamente numa má formação do feto nem impede o parto vaginal. Quem determinará é o médico.

Tratamento

O vírus pode ser eliminado espontaneamente sem que a pessoa sequer saiba que está infectado. Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento pode ser clínico (medicamentos) ou cirúrgico (cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado).

Fatores de Risco

Há fatores que aumentam o potencial para o desenvolvimento de câncer de colo de útero em mulheres infectadas como: número elevado de gestações; uso de contraceptivos orais, tabagismo, pacientes transplantados, infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (herpes e clamídia).

Vacinas

Tem o objetivo de prevenir a infecção pelo HPV diminuindo o risco de desenvolver o câncer do colo do útero. Há duas vacinas comercializadas no Brasil, prevenindo e contra os vírus presentes no câncer de colo de útero. Não foi determinada a duração da imunidade, só se sabe de cinco anos de proteção. Ainda é preciso delimitar qual o seu alcance sobre a incidência e mortalidade do câncer do colo do útero.

Recomendações

- Uso de preservativo é indispensável para saúde e higiene não só contra a infecção pelo HPV, mas como para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis;
- Não esqueça que o vírus pode estar na pele na região pubiana, períneo e ânus, podendo ser transmitido pelo sexo oral;
- Vida sexual mais livre e multiplicidade de parceiros implicam eventuais riscos que exigem maiores cuidados preventivos;
- Informe seu parceiro (a) se o resultado de seu exame de HPV for positivo. Ambos precisam de tratamento;
- Consulte regularmente o ginecologista e faça os exames a partir do início da vida sexual. Não se descuide. Diagnóstico e tratamento precoce favorecem o paciente.