quarta-feira, 1 de abril de 2009

Steven Harper: O rei do sapateado

Por: Magda Lenard

Steven Harper, um inovador no sapateado brasileiro, nasceu nos EUA. Formado em Nova York, trabalhou com Lillo Way Dance Company (dança contemporânea, 1985), Clarence Teeters (Modern-Jazz em 1986), Fred Benjamin (jazz em 1986), com o musical My One and Only (tour da Costa Leste em 1986) e com a companhia Balletap America (1987).


Ele reside no Rio de Janeiro desde 1991 e projetou-se pelo seu trabalho com o contrabaixista Bruce Henry no espetáculo "Jungle Tap" que foi apresentado em teatros de todo o Brasil e também na Europa. Sapateador, professor, pesquisador e coreógrafo, representante da Internacional Tap Association, Steven Harper é um dos maiores incentivadores da arte do sapateado no nosso país. Conheça um pouco mais:

Epa Jornal: Quando começou sua relação com o sapateado?
Steven Harper:
Começou em 1984, quando me mudei para Nova Iorque para estudar dança. Queria fazer musicais. Na época o sapateado era mais uma disciplina no meu currículo de estudos: eu passava o dia na academia "Steps on Broadway"fazendo aulas de ballet, jazz, dança, teatro moderno, canto e sapateado. Aos poucos o sapateado foi tomando mais espaço. Eu me identifiquei logo com essa arte onde os pés criam sua própria trilha sonora. Virei "sapateador".

EJ: Como foi o festival Tap In Rio no final de janeiro agora?
SH:
O Festival completou este ano sua 8ª edição e essa foi a melhor que tivemos até hoje. Estávamos ansiosos porque a cada dia a mídia martela que estamos em crise. Achávamos que o festival ia sofrer por causa disso, mas o que tivemos foi um crescimento no número de alunos e na quantidade de aula que cada um deles fez. O resultado financeiro também foi ótimo. Estamos felizes e já pensando em aperfeiçoar a estrutura administrativa do festival para melhor receber os participantes em 2010.

EJ: Fale-nos sobre as aulas de sapateado:
SH:
Eu coordeno o ensino de sapateado no Centro de Artes Nós da Dança em Copacabana (www.nosdadanca.com.br). Temos seis turmas, de todas as idades e níveis de aprendizado. Estabeleci ainda a metodologia de ensino na academia Pulsarte em São Paulo. Eu viajo também muito pelo Brasil dando aulas e fazendo espetáculos: orgulho-me em dizer que, dos 26 estados do país, já fui para 23. Isso mostra o interesse dos brasileiros pelo sapateado.

EJ: Quais são seus projetos para este ano?
SH:
Tenho muito projetos, só não sei quais vão dar para realizar (para quem vive disso, projetos são sempre atrelados a algum tipo de financiamento). Quero continuar e expandir meu trabalho com o contrabaixista e cantor Bruce Henri (no show ""No Baixo do sapateiro"), tenho um projeto chamado "Zus Catatrus" com minha companhia de dança e os bateristas/percussionistas Robertinho Silva e Simone Soul; tenho um projeto de duo com a sapateadora/bailarina Adriana Salomão inspirado no mestre de sapateado Jimmy Slyde, falecido em 2008, e ainda um outro com o também percussionista Carlos Negreiros, um grande conhecedor dos rítmos afro-brasileiros. Fora isso, o festival Tap in Rio vai para a estrada com edições em Brasília e Fortaleza. Tenho também duas viagens marcadas para a Europa, para dar oficinas e fazer espetáculos com músicos franceses, em Nantes.