quinta-feira, 2 de abril de 2009

Mal de Alzheimer

Por: Dra. Lygia Bevilaqua Reis

É uma doença do cérebro, degenerativa, progressiva, com início geralmente após os 65 anos de idade, que causa a perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, afeta áreas de linguagem e produz alterações de comportamento. Até o momento, é incurável e terminal.

Foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome.

As causas ainda não são conhecidas. Sabe-se que existem relações com certas mudanças nas terminações nervosas e células cerebrais que interferem nas funções cognitivas. Alguns aspectos para o desenvolvimento da doença são:

- Aspectos neuroquímicos: diminuição de substâncias através das quais se transmite o impulso nervoso entre os neurônios, com a acetilcolina e noradrenalina.
- Aspectos ambientais: exposição ou intoxicação por alumínio e manganês.
- Aspectos infecciosos: infecções cerebrais e medula espinhal.
- Pré-disposição genética em algumas famílias, não necessariamente hereditárias.

Sintomas

Na fase inicial, a pessoa mostra-se pouco confusa e esquecida e parece não encontrar palavras para se comunicar em certos momentos, às vezes, ocorre descuido da aparência pessoal, perda da iniciativa e perda da autonomia para as atividades da vida diária.

Na fase intermediária necessita de maior ajuda para executar tarefas de rotina, pode não reconhecer seus familiares, incontinência urinária e fecal, torna-se incapaz para julgamento e pensamento abstrato. Precisa de ajuda para se vestir, comer, tomar banho, tomar medicamentos. Pode ter comportamento inadequado, irritabilidade, desconfiança, impaciência e até agressividade, ou depressão, regressão e apatia.

No período final da doença, há perda de peso mesmo com dieta adequada, dependência completa. Torna-se incapaz de qualquer atividade de rotina da vida diária e fica restrita ao leito, com perda total de julgamento e concentração.

Pode ter reações a medicamentos, infecções bacterianas e problemas renais. A causa da morte geralmente não tem relação com a doença, e sim com fatores relacionados com a idade.
Diagnóstico

Não há nenhum exame que permita diagnosticar a doença. Portanto, o diagnóstico se faz por exclusão de outras causas de demência, pela análise historial do paciente, sangue, tomografia ou ressonância.

Tratamento

Não existe cura conhecida para a doença, por isso o tratamento destina-se a controlar os sintomas e proteger a pessoa dos efeitos produzidos pela deterioração trazida pela sua condição. Algumas drogas são úteis no início da doença, portanto é importante observar os sintomas iniciais, como esquecimento do caminho de casa ou não se lembrar de um fato que aconteceu.
O tratamento precoce atrasa o desenvolvimento da doença, produz uma melhora na memória, torna mais compreensível as mudanças que vão ocorrer na pessoa e melhora a convivência com o doente.

A doença de Alzheimer não afeta apenas o paciente, mas também as pessoas que estão próximas. A família deve ser preparar para uma sobrecarga muito grande em termos emocionais, físicos e financeiros. Deve se organizar com um plano de atenção ao familiar doente, com supervisão sócio-familiar, cuidados gerais, sem esquecer os cuidados médicos e as visitas regulares ao mesmo, que ajudará a monitorar as condições da pessoa doente, verificando se existem outros problemas de saúde que precisem ser tratados.

Prevenção

Não parece haver provas de medidas de prevenção com bons resultados. Alguns estudos relatam diminuição do risco de Alzheimer, como:

• Fruta e vegetais, pão, trigo e outros cereais, azeite, peixe e vinho tinto.
• Vitaminas B12, B3, C ou B6.
• Açafrão
• Uso prolongado de anti-inflamatórios não esteróides
• Atividades intelectuais como ler, jogar jogos de tabuleiro (xadrez, damas, etc.), palavras cruzadas.
• Tocar instrumentos musicais, ou socialização regular pode atrasar o inicio da doença.